segunda-feira, 26 de março de 2018

Curso: Cianotipia e Goma Bicromata

Fotografia revelada em cianótipo com negativo 
digital.



















Olá pessoal !

Já publiquei nas redes sociais, mas anuncio aqui também:
Estão abertas as inscrições para o curso de fotografia artesanal que farei na Oficina Cultural Oswald de Andrade.

A fotografia artesanal compreende os processos fotográficos históricos do século XIX, e atualmente esses processos são utilizados por artistas e fotógrafos que buscam explorar o potencial plástico de uma fotografia menos comprometida com a documentação da realidade, abrindo-se para possibilidades criativas.

Trata-se de um sistema aberto a intervenções, que possibilita o uso criativo do meio. No curso, vamos preparar nossos próprios papéis fotográficos, trazer imagens digitais para produzir os negativos, e também faremos a revelação das imagens.

Ao longo dos encontros, serão desenvolvidos exercícios com fotograma (fotografia sem câmera), revelação de negativo monocromático em cianótipo usando papel e tecido, viragem de chá preto, revelação de imagem em goma bicromatada monocrática e a 3 cores.

Fotografia revelada em cianótipo com viragem de
chá preto.













Fotografia revelada em goma bicromatada
com três cores, e os negativos utilizados.
























Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade. Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro, São Paulo.
Data e Horário: 5/4 a 24/5 – quinta(s)-feira(s) - 14h às 16h

Faça a sua inscrição nesse link.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Pequenos Cianótipos

Autorretrato. Amanda Branco, 2012. Cianótipo sobre papel.

























Hoje vou mostrar alguns exercícios que fiz tempos atrás. Usualmente eu trabalho com formatos grandes de fotografia, no mínimo tamanho A4. Mas ocasionalmente faço experimentos em tamanhos menores.
As imagens deste post foram feitas em cianótipo usando no lugar do negativo impresso o próprio filme médio formato, que cliquei com a  minha câmera lomo Diana. Isso foi possível porque o filme era PB, e apresentou um bom contraste.

O negativo utilizado.

O resultado ė uma imagem sem retícula e mais nítida, pois a imagem no filme é contínua e com maior definição do que o negativo impresso. Porém, o papel de aquarela apresenta uma textura, então a imagem  revelada é menos precisa do que as realizadas sobre o papel fotográfico tracicional PB.

Como a imagem em cianótipo é feita por contato, o resultado final é do tamanho do negativo: são imagens pequenas,  com cerca de 7 cm de largura.
O registro digital, feito de forma a ampliar essa revelação, enfatiza as diversas "imperfeições", que na verdade são indícios da materialidade do meio: a textura do papel, riscos no negativo, e até as inscrições de marca e tipo do negativo.

Autorretrato II. Amanda Branco, 2012. Cianótipo sobre papel.

























Os dois autorretratos foram feitos sem Flash, diante de uma janela que iluminava principalmente o rosto. Isso deixou o restante da imagem escuro, o que junto com a cor do cianótipo e a textura do papel, cri uma aura de mistério nas fotografias.

Sem título. Amanda Branco, 2012.
Cianótipo sobre papel.


























A imagem acima foi clicada usando uma lente olho de peixe, que criou um aspecto esférico na paisagem de árvores. Aqui também foi utilizada a técnica do fotograma: coloquei uma pulseira sobrepondo o negativo, e ela parece se enrolar na "esfera" criada. As formas arredondadas traz em dinamismo para a cena, que parece flutuar no espaço.

Esses exercícios são exemplos de como para criar usando processos artesanais de fotografia, não é necessário seguir uma fórmula pronta. Conforme se compreende o funcionamento dos processos, com diferentes experimentos, são percebidas cada vez mais possibilidades que podem ser incorporadas na sua criação.

Nota: A série sobre nudez na arte ainda continua, mas estava inviável fazer um post com tema novo de história da arte toda semana, porque envolve pesquisa, e o texto demora mais para ficar pronto. Então, vou alternar os posts da série com outros sobre os meus processos em arte.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Nudez na Antiguidade Grega

Discóbolo., c. 450 a.C. Cópia romana em
mármore 
da original em bronze de Myron, 
altura 155 cm. Museo Nazionale Romano, Roma.



























Como a história da Antiguidade Grega faz parte do currículo escolar, na disciplina de História e possivelmente em Artes, achei importante incluir uma nota da arte grega nessa série sobre nudez. 

Há uma grande quantidade de nus masculinos nas esculturas em mármore e também em outros suportes, como na pintura em cerâmica. A nudez maculina era uma forma de enfatizar o vigor físico  e a perfeição do corpo. Já o corpo feminino não costumava aparecer nu. As mulheres apareciam normalmente vestidas. A figura feminina que costuma aparecer nua ou com o torso descoberto é Afrodite, deusa da beleza e do amor. A nudez de seu corpo evoca sensualidade e os gestos mostram delicadeza. 

Vênus de Milo.c 200 a.C.
Mármore. Altura: 202 cm; Louvre, Paris.
Por Livioandronico2013 - Obra do 
próprio, CC BY-SA 4.0, 
https://commons.wikimedia.org/w/
index.php?curid=54858474






























A sociedade grega valorizava o corpo como um todo. Acreditava-se no conceito de calor corporal: os homens teriam maior calor corporal do que as mulheres, o que conferia a eles maior vigor físico. As mulheres apresentavam menor calor corporal, e eram por isso submissas.
Um homem saudável não precisaria de roupas para manter o corpo aquecido, e por isso, em amibientes de atividades exclusivamente masculinas, eles costumavam se apresentarem nus ou com roupas largas, que  não escondiam seus corpos. Já às mulheres não era permitido que se mostrassem nuas.

Oficina de um escultor grego, c. 480 a.C. Cena do lado inferior de uma taça.
À esquerda, fundição em bronze com esboços na parede, à direita,
homem trabalhando numa estátua sem cabeça.
Diâmetro: 30,5 cm. Antikensammlung Staatliche Museen, Berlim.


















Para quem quer aprofundar, há bastante material sobre a representação do corpo na arte grega. Recomendo alguns:

Livros:
A História da Arte, de E. H. Gombrich;

Uma Nova História da Arte, de Jullian Bell;
  
Capitulo Breve Histórico da Representação social do Corpo - do Egito ao século XIX, do livro O Corpo como Suporte da Arte, de Beatriz Ferreira Pires;

Vídeo: 
The Human Body in Greek art and Society - em inglês, não tem legendas :/ https://www.youtube.com/watch?v=NfWd9QZfils&t=69s