segunda-feira, 19 de março de 2018

Pequenos Cianótipos

Autorretrato. Amanda Branco, 2012. Cianótipo sobre papel.

























Hoje vou mostrar alguns exercícios que fiz tempos atrás. Usualmente eu trabalho com formatos grandes de fotografia, no mínimo tamanho A4. Mas ocasionalmente faço experimentos em tamanhos menores.
As imagens deste post foram feitas em cianótipo usando no lugar do negativo impresso o próprio filme médio formato, que cliquei com a  minha câmera lomo Diana. Isso foi possível porque o filme era PB, e apresentou um bom contraste.

O negativo utilizado.

O resultado ė uma imagem sem retícula e mais nítida, pois a imagem no filme é contínua e com maior definição do que o negativo impresso. Porém, o papel de aquarela apresenta uma textura, então a imagem  revelada é menos precisa do que as realizadas sobre o papel fotográfico tracicional PB.

Como a imagem em cianótipo é feita por contato, o resultado final é do tamanho do negativo: são imagens pequenas,  com cerca de 7 cm de largura.
O registro digital, feito de forma a ampliar essa revelação, enfatiza as diversas "imperfeições", que na verdade são indícios da materialidade do meio: a textura do papel, riscos no negativo, e até as inscrições de marca e tipo do negativo.

Autorretrato II. Amanda Branco, 2012. Cianótipo sobre papel.

























Os dois autorretratos foram feitos sem Flash, diante de uma janela que iluminava principalmente o rosto. Isso deixou o restante da imagem escuro, o que junto com a cor do cianótipo e a textura do papel, cri uma aura de mistério nas fotografias.

Sem título. Amanda Branco, 2012.
Cianótipo sobre papel.


























A imagem acima foi clicada usando uma lente olho de peixe, que criou um aspecto esférico na paisagem de árvores. Aqui também foi utilizada a técnica do fotograma: coloquei uma pulseira sobrepondo o negativo, e ela parece se enrolar na "esfera" criada. As formas arredondadas traz em dinamismo para a cena, que parece flutuar no espaço.

Esses exercícios são exemplos de como para criar usando processos artesanais de fotografia, não é necessário seguir uma fórmula pronta. Conforme se compreende o funcionamento dos processos, com diferentes experimentos, são percebidas cada vez mais possibilidades que podem ser incorporadas na sua criação.

Nota: A série sobre nudez na arte ainda continua, mas estava inviável fazer um post com tema novo de história da arte toda semana, porque envolve pesquisa, e o texto demora mais para ficar pronto. Então, vou alternar os posts da série com outros sobre os meus processos em arte.

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