segunda-feira, 8 de maio de 2017

Fotogramas na oficina de Elizabeth Lee

Exercício de fotograma e cianótipo que realizei na oficina.

























Depois de um intervalo necessário, estou de volta ao Laboratório. Andei sumida porque às vezes a vida acadêmica faz isso com as pessoas. Mas vamos ao tema de hoje: quero mostrar um pouco mais sobre o fotograma, a fotografia sem câmera, que já expliquei nesse post.
Essa é uma das mais antigas técnicas fotográficas. Foi inventada por Talbot, e era chamada de “photogenic drawings” ou “desenhos fotogênicos”. Na época, o objetivo era que fosse uma cópia da realidade, mas mais tarde artistas foram percebendo seu potencial. Man Ray foi pioneiro no uso experimental da técnica, e chamou os fotogramas que ele produzia de rayographs.
[Ao que parece os pesquisadores das técnicas fotográficas gostavam mesmo de batizar as técnicas com seus nomes: Daguerreótipo, Talbótipo, Rayografia… provavelmente uma forma de garantir o prestígio pela técnica.]
Em março deste ano, participei de uma oficina no Sesc Itaquera com Elizabeth Lee, fotógrafa e pesquisadora de processos alternativos de fotografia. A oficina era inspirada no trabalho da botânica Anna Atkins, que usou a técnica do fotograma juntamente com cianótipo para catalogar diversas espécies de plantas. Atkins criou assim, em 1843, o primeiro livro ilustrado com fotografias - um ano antes de Talbot publicar o livro The Pencil of Nature (O Lápis da Natureza), que foi ilustrado com fotografias em calótipo.
Na oficina com a Elizabeth Lee, fizemos fotogramas utilizando folhas secas diversas, e revelando também com a técnica do cianótipo. Algumas das imagens estão no meu Instagram.
Os papéis já estavam previamente sensibilizados com a emulsão do cianótipo. 
Aqui foi feita a composição com folhas e flores secas.


A caixa de luz feita pela própria Elizabeth garantiu que fizéssemos varias
exposições à luz. Naquele dia de garoa não dava para contar com a luz do sol. 
Ou, até dava, mas seriam exposições muito mais longas: algumas horas, em
vez de poucos minutos.



















Minha imagem sendo revelada pela Elizabeth.













































Outras imagens que fiz na oficina .





























Por fim, uma imagem foi feita usando folhas secas e o negativo de um retrato da própria Anna Atkins. Uma homenagem apropriada.



























A oficina foi uma experiência muito boa. Eu já conhecia a técnica do cianótipo, mas foi uma forma de aprimorar os conhecimentos, pois a Beth é especialista! Além de ser enriquecedor conhecer as pessoas da área e ver o que elas estão criando. A Elizabeth tem feito oficinas em diversas unidades do Sesc. Para saber mais sobre o seu trabalho, dê uma olhada nos blogs: