Serpente IV, Amanda Branco. Van Dyck Brown sobre algodão.
2009
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Neste momento abordar o tema da nudez em arte é bastante necessário, para não nos perdermos em extremismos. O post anterior foi pouco divulgado no Facebook, e quando tentei impulsionar a publicação na minha page, o anúncio não foi autorizado, porque não são permitidos anúncios contendo nudez, mesmo que seja artística. A imagem que aparecia nesse post no Facebook é aquele detalhe do teto da Capela Sistina. Ou seja, uma imagem que está exibida dentro de uma igreja foi censurada pelo Facebook! Entendo a procupação de se querer evitar pornografia na rede social, mas também acredito que as coisas não precisam ser assim extremas! Existe muito sobre nudez além da pornografia.
Então, continuando a série sobre nudez nas artes, vou abordar um pouco sobre a minha própria produção. Espero conseguir mostrar porque esse tema é tão importante para mim.
Religare VII, Amanda Branco. Goma Bicromatada sobre madeira. 2017 |
Para começar, a arte muitas vezes usa linguagens simbólicas e alegorias. A imagem de uma pessoa nua não precisa ser entendida de forma literal. A nudez pode evocar sensações e idéias que compõe uma poética, o que é um motivo para aparecer na arte em diferentes contextos.
Nudez caracteriza-se como a ausência de roupas. A roupa é social: é algo que escolhemos mostrar ao outro que nos olha. Pode trazer informações sobre cultura, etnia, status, idade, personalidade... E em geral é pautada pelo gênero, mas isso atualmente está sendo questionado por algumas pessoas.
Já o corpo nu está desprotegido, tanto do frio quanto do olhar alheio. Pode então transmitir a sensação de vulnerabilidade, ou de empoderamento, dependendo de como é retratado. Nas minhas fotografias, busco uma imagem mais próxima da "essência" da pessoa, do que o corpo coberto com camadas de tecido, que podem funcionar como uma máscara. Ao vermos uma pessoa nua, a pessoa se sobressai, ficando seu status social, sua localização geográfica etc em segundo plano... É como se estivéssemos visualizando o ser humano que está muitas vezes escondido sob camadas de cultura. A nudez aparece como estar despido de tudo o que não faz parte de sua natureza, de tudo o que é socialmente construído.
Aqui pode haver uma aparente contradição: nas minhas fotografias o corpo aparece coberto por grafismos, pinturas corporais. Para algumas pessoas isso pode ser percebido como uma roupa, como o que foi escolhido mostrar. Porém, em uma sociedade como a nossa, não seria um traje aceitável para se usar em locais públicos. Não esconde o que as roupas costumam cobrir, então ainda conserva boa parte da característica da nudez. Esta aparece como escolha poética, como uma tentativa de lembrar que somos muito mais do que o que nossas roupas mostram.
Já o corpo nu está desprotegido, tanto do frio quanto do olhar alheio. Pode então transmitir a sensação de vulnerabilidade, ou de empoderamento, dependendo de como é retratado. Nas minhas fotografias, busco uma imagem mais próxima da "essência" da pessoa, do que o corpo coberto com camadas de tecido, que podem funcionar como uma máscara. Ao vermos uma pessoa nua, a pessoa se sobressai, ficando seu status social, sua localização geográfica etc em segundo plano... É como se estivéssemos visualizando o ser humano que está muitas vezes escondido sob camadas de cultura. A nudez aparece como estar despido de tudo o que não faz parte de sua natureza, de tudo o que é socialmente construído.
Aqui pode haver uma aparente contradição: nas minhas fotografias o corpo aparece coberto por grafismos, pinturas corporais. Para algumas pessoas isso pode ser percebido como uma roupa, como o que foi escolhido mostrar. Porém, em uma sociedade como a nossa, não seria um traje aceitável para se usar em locais públicos. Não esconde o que as roupas costumam cobrir, então ainda conserva boa parte da característica da nudez. Esta aparece como escolha poética, como uma tentativa de lembrar que somos muito mais do que o que nossas roupas mostram.
Animus V, Amanda Branco. Cianótipo e Goma
Bicromatada sobre papel. 2012 |
Emacipação, Amanda Branco. Acrílica sobre tela. 2016 |
Religare VI, Amanda Branco.
Goma Bicromatada sobre madeira. 2017 |
Serpente IX, Amanda Branco. Van Dyck Brown sobre papel. 2009 |